Araújo, Rosenauma S. de. O lugar em que habito - uma reflexão sobre relações de vizinhança e território para se pensar o direito à moradia digna e as políticas de habitação. Trabalho de conclusão de curso. São Paulo: Unip, 2018
A Universidade Paulista vem realizando trabalhos interventivos no Complexo da Funerária com grupos de estagiários e professores já há alguns anos. De maneira que se fez necessário problematizar estas práticas também na dimensão do espaço, do lugar e do território. A ideia de se construir uma narrativa para se compreender as relações de vizinhança entre os sujeitos que habitam um lugar, cujo espaço está em constante movimento e transformação, uma vez que os moradores são os verdadeiros responsáveis por sua construção. Parte da crença de que as ações e políticas sociais devem ser elaboradas na experiência do percurso pelo território, na companhia dos moradores e pelas histórias narradas por eles. Buscou-se também refletir sobre o modo como as participantes compreendem o lugar em que habitam. Esta pesquisa foi sendo guiada à luz do pensamento fenomenológico, dialogando com diferentes campos de saberes, como, filosofia, psicologia, arquitetura, geografia e sociologia. Entende-se que para se pensar Políticas Públicas de habitação e moradia é preciso trazer para o palco os principais atores que estão ou deveriam estar envolvidos nesta trama. Como intuito inicial, pretendeu-se cartografar uma comunidade na Zona Norte do Estado de São Paulo a partir das narrativas dos participantes sobre suas trajetórias de vida, tendo como pano de fundo fomentar uma reflexão também sobre as relações de vizinhança e o modo como os participantes atribuem sentido e compreendem o que é habitar um lugar. Os resultados da pesquisa se deram a partir de Entrevistas Reflexivas com 4 participantes, das caminhadas realizadas juntamente com estas e outros moradores, além dos encontros nas reuniões e oficinas com estagiários e lideranças da comunidade. A partir desta pesquisa foi possível pensar na importância de se conhecer os territórios com base nas histórias de vida e nas experiências narradas pelos moradores. Tendo isso em vista, pode-se problematizar o modo como as políticas públicas são executadas em nossa sociedade, vislumbrando novas estratégias de intervenção que apontam para as atuais demandas dos moradores e moradoras da comunidade. Estas parecem estar vinculadas à necessidade de apropriação e reconhecimento da história do lugar, fortalecimento dos vínculos e o compromisso dos moradores com a comunidade.